Com as dificuldades em montar chapas, poderão migrar para o PSB os deputados federais Augusto Coutinho (Solidariedade) e Sebastião Oliveira (Avante). O PSB ainda observa chances, mesmo remotas, de Raul Henry (MDB) migrar. Os três parlamentares são presidentes estaduais dos respectivos partidos, mas, nos bastidores, estão cientes das dificuldades para a montagem de chapas, sem as coligações. O deputado estadual Guilherme Uchôa Junior, atualmente do PSC, é visto como provável candidato a deputado Federal pelo PSB. Além dele, quem poderá migrar para a legenda é o vereador do Recife Eriberto Rafael (PP), filho do presidente da Assembleia Legislativa, Eriberto Medeiros. Os dois têm apresentado divergências internas com o presidente do PP em Pernambuco, deputado federal Eduardo da Fonte. Resolver a equação que envolve a reeleição de alguns deputados federais de Pernambuco, os quais também dirigem partidos e irão concorrer, no ano que vem, mediante a regra vigente que veda coligações é, na visão de uma ala da Frente Popular, um malabarismo que pode acabar subtraindo partidos da aliança comandada pelo PSB.
Se uma parte desse conjunto defende que o governador Paulo Câmara comande o processo de arrumação desses parlamentares em uma sigla única, de forma a viabilizar a reeleição deles, há quem advogue que a principal engenharia de um partido é acumular deputados e que, se esses parlamentares tiverem que deixar essas legendas, ainda que em prol da manutenção de seus mandatos, não haverá manobra capaz de mantê-los com influência sobre os antigos partidos.
O certo é que, juntar esses ocupantes de cadeiras na Câmara Federal em um partido só, vai reduzir siglas da base do próprio governador. O certo mesmo, é que não há caminho claro para solucionar o risco latente de derrota eleitoral, imposto pela regra que veda coligações, a ser aplicada, pela primeira vez, em eleições gerais.
Sem carta na manga, os deputados andam correndo para tentar montar chapas, a despeito das dificuldades. No rol dos partidos que só possuem um deputado federal e que são comandados por esse mesmo parlamentar, aparecem, por exemplo, o Solidariedade, dirigido por Augusto Coutinho, o PSD, comandado por André de Paula, o MDB, presidido por Raul Henry, o Avante e o PDT, cujos presidentes são Sebastião Oliveira e Wolney Queiroz, respectivamente.
Há quem vislumbre que esses deputados se reuniriam numa legenda comum e tentariam manter as que dirigem atualmente sob seu raio de influência. A corrente que contesta essa tese argumenta que não há lógica para isso diante da chance iminente de as direções nacionais transferirem os comandos dessas siglas “trocadas” para integrantes da Oposição em resposta à perda de seus deputados federais. Frente ao que se desenha como, praticamente, uma inequação, parlamentares alegam que lhes resta, por enquanto, se desdobrar para montar chapa.
Uma coisa é certa, a chapa está esquentando.