A tragédia provocada pelas fortes chuvas e pelos deslizamentos de barreiras que deixaram, ao menos, 122 mortos no Grande Recife e mais de 6 mil desabrigados se tornou o maior desastre já registrado em Pernambuco no século 21.
"Pode até superar as mortes de 1975", destaca o geógrafo e professor do departamento de Ciências Geográficas e do programa de Pós-Graduação da UFPE, Osvaldo Girão, se referindo à cheia histórica por que passou a capital pernambucana.
De fato, Recife esteve submerso em 1975. A histórica cheia motivou 107 mortes e teve todos os serviços paralisados, quando mais da metade da cidade ficou sem energia elétrica.
A questão é que o problema tornou-se recorrente. O geógrafo Osvaldo Girão explica que, em 1975, as áreas rebaixadas dos rios eram mais ocupadas, mas a população foi retirada e aos poucos passou a ocupar as regiões dos morros e encostas. Tornou-se reflexo da falta de planejamento urbano.
"O alagamento de inundação sempre foi muito presente nesses momentos de chuva, mas ficou mais enfático nos últimos 20 anos. Isso é reflexo da ausência de planejamento e política de habitação. Falta habitação. Essas áreas não são procuradas por agentes imobiliários e não há fiscalização da prefeitura", explica.
Na visão do professor, há necessidade de conscientizar a população sobre as áreas em que vivem e também de montagem de um plano de gestão por parte do estado.
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