Ao analisar dados recentes sobre a pobreza no Brasil, evidenciando o tamanho do desastre social de Pernambuco, verificamos que se não houver uma reanimação consistente da economia, que depende, antes de tudo de decisões e políticas nacionais, as medidas assistencialistas vão continuar apenas enxugando gelo.
O crescimento da economia e a geração de emprego e renda são uma decorrência direta de investimentos privados nas diversas atividades econômicas, restando aos governos uma participação limitada na oferta de serviços públicos. A capacidade de investimento público de Pernambuco é muito baixa, o que vai exigir uma atenção especial do governador de Pernambuco. Os Estados têm, contudo, uma grande responsabilidade no estímulo e atração de investimentos privados, com a criação de um ambiente de negócios favorável e a elevação da competitividade sistêmica do Estado. Em ambos, Pernambuco está mal na foto: é o pior Estado brasileiro para fazer negócios (Banco Mundial) e aparece em 15º lugar na classificação da competitividade dos Estados brasileiros e no 4º lugar do Nordeste, atrás do Ceará, de Alagoas e da Paraíba (Centro de Liderança Pública).
Se o futuro governo não executar ações efetivas para melhorar o ambiente de negócios e elevar a competitividade, Pernambuco vai continuar convivendo com altos índices de pobreza, maior ou menor a depender da dinâmica da economia nacional. E vai continuar dependendo de ações emergenciais e assistencialistas para proteger os pobres. Para superar o assistencialismo e combater a pobreza, o governo deve concentrar a atuação sobre as causas estruturais desta praga social, incluindo a criação de condições para ampliação dos investimentos produtivos que dinamiza a economia, e dando total prioridade à educação de qualidade, à qualificação profissional, ao saneamento e à inovação. Assim, com o tempo, a pobreza tende a declinar.
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